Tossa de Mar

Com a febre incessante de Game of Thrones nos dias de hoje, é comum vermos locações de Castelos e ambientes medievais, sobretudo daquelas construções mirabolantes no meio do nada para uma pequena parcela de população. E em todas elas a Daenerys parece ser a Rainha a ser idolatrada.

Talvez seja por ser brasileiro e consequentemente por isso não ter algo similar por aqui, ou ainda porque gosto muito de história, castelos e ruínas medievais são umas das construções que mais me atraem. Juntamente – e contraditoriamente – com art nouveau.

Eu e a minha namorada estávamos voltando de Londres e a prima dela, que mora em Barcelona e que estava com dois dias de folga, nos convidou para um passeio numa praia aos arredores, na Costa Brava, quase na fronteira com a França.

Nós pegamos um ônibus em Sant Andreo Comtal, uma estação de Barcelona, e uma hora depois estávamos no que julgo ser um dos lugares mais bonitos que eu vi nessa vida. Água cristalina, ruínas que datam de períodos antes de Cristo, uma vista fantástica e como não, um castelo no meio da areia.

Tossa de Mar é um lugar lindo que tanto amantes de praia quanto amantes de história irão ficar fascinados. Eu sei que eu fiquei, e eu nem gosto de praia.

O local, que tem pouco mais de 5mil habitantes oferece alguns passeios de barco para visitação de ruínas e grutas que ficam aos arredores. Além disso, para quem quer se aventurar um pouco mais, é possível fazer mergulhos com snorkel e ver a vida marinha.

É um vilarejo muito pequeno, então um dia para andar nas trilhas que oferece e ainda aproveitar para se banhar no Mediterrâneo é suficiente.

Se você vai visitar Barcelona com um tempo generoso, sugiro que reserve um dia para conhecer o local. Vale destacar que o próprio percurso do ônibus até o local é fantástico, com vista para o mar em boa parte da rota e de uma altura significativa.

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Post feito ao som de Ryan Adams que me lembra The OC, que me lembra praia, que me lembra uma das praias mais lindas que eu já fui.

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O “glamour” parisiense

Como todo mundo sabe, Paris é um dos grandes polos de design do mundo, aliado a Milão talvez, encabeça essa liderança. E por esse motivo, eu sempre quis conhecer a cidade. Sempre fui um fã de art nouveau, estilo que nasceu na Bélle Époque francesa lá nos anos 1900. Sendo assim, ir até a capital francesa pra mim era algo majestoso. Mas não foi. Eu honestamente não gostei de Paris. Me julguem.

Talvez foi a minha expectativa em relação à cidade. Talvez foi o fato que eu peguei chuva nos 5 dias que estive por lá. Talvez seja porquê eu já tinha passado – e me apaixonado – por Londres antes. Talvez eu seja o problema.

Um dos principais símbolos do mundo é a Torre Eiffel, e quanto a sua subida e vista eu vou comentar um outro dia. Mas o que eu queria ressaltar aqui é o entorno da Torre. Eu moro em Curitiba e aqui apesar dos pesares, nós acabamos preservando o patrimônio público. Houve até uma foto de um evento uma vez que comprova isso que estou dizendo. Mas ali, no que deveria ser um dos locais mais bem preservados do mundo, havia grama por fazer, com matos grandes; pedrinhas já ralas, mostrando o chão de terra; as árvores com seu charme “quadrado”, mal podadas. E certo lixo pelo chão, papéis e pacotes. Ou seja, um cenário um pouco abandonado pra algo que deveria ser um dos mais preservados.

Somado a isso o metrô. Pra você que é paulista e reclama do metrô, pense de novo. Os vagões eram pixados e velhos, os bancos eram imundos, as estações eram mal limpas e, por mais que eu tenha visitado poucas vezes São Paulo, eu nunca vi ninguém fumando crack e “morando” numa estação. Já em Paris, isso aconteceu. Certo que dias mais tarde encontramos a polícia descendo até a estação com cachorros e bem armada, procurando os “moradores”. Mas ainda assim, aconteceu.

Pra finalizar, vou usar a história de um amigo que viajou praticamente um ano depois de mim, que pediu pro garçom um sanduíche sem salada. E este veio com um tomate. Ao reclamar, o garçom veio, abriu seu pão com as mãos, tirou o tomate, fechou o pão e Voilá, sem tomate! 

Eu não me considero um viajante chato, que reclama e que se hospeda nos melhores hotéis. Mas ao mesmo tempo, o que eu vi pelas ruas me deixou de certa forma bem desapontado com a cidade. Logicamente tem lugares maravilhosos. Mas ao mesmo tempo, a sujeira e a falta de preservação de alguns pontos turísticos foi algo que me chamou a atenção.

Algo que não saía da minha cabeça, e que eu sempre brinco na tentativa de imitar, era uma cena do filme “Meu nome não é Jhonny”, quando um detento quer instigar o personagem pra uma briga contra outros detentos: “aqueles caras são uns porcos, uns imundos, ficam jogando lixo pelo chão”. 

Ao conversar com um amigo e contar a experiência ele me disse: “Mas cara, você não assistiu Ratatouille?”.

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Post feito ao som do álbum “The Wrong Side of Heaven and the Righteous Side of Hell” do Five Finger Death Punch, que me deixa um pouco além da conta.

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A Magnífica

Nosso vôo partiu do Rio rumo à Roma. Era o mais barato que encontramos, então era pra lá mesmo que a gente ia. Apesar disso, fizemos um roteiro um tanto diferente. 

Como nosso vôo de volta também saía da capital italiana, preferimos conhecer ela na volta, depois que tivéssemos feito toda nossa viagem. Sendo assim, chegamos no Fiumicino e de lá pegamos um ônibus pro Termini. E da estação de trem fomos pra Toscana, mais especificamente pra Florença. Foi nessa oportunidade que posso considerar ter feito a minha primeira viagem de trem. A anterior tinha sido através da litorina que liga o litoral paranaense, que fiz quando ainda era virgem – a serra do mar ou eu, você nunca vai saber!

Não vou comentar os aspectos do trem, fica pra uma próxima. Chegando em Florença, deixamos as bagagens no hotel e saímos pra conhecer a cidade. Era antes das 10h ainda.

Se você me pedisse pra definir o que eu vi em Florença com uma palavra, eu escolheria: Magnífico. E essa é uma palavra que nem faz parte do meu vocabulário diário, mas eu tiraria das profundezas da minha massa cinzenta por um único motivo. Porquê a cidade vale. 

As ruas da cidade velha – existe cidade nova e cidade velha, descobri isso depois – eram limpas todos os dias ao cair da noite. Tinha um certo tumulto durante o dia, principalmente de turistas, mas não se via confusão. Muitas ruas da cidade são exclusivas para os pedestres, o que no meu entendimento garante melhor acessibilidade ao mesmo tempo que de certa forma preza pelo patrimônio histórico da cidade.

Tirando o odor de café espresso que invade de certa forma as ruas, e algumas lojas de moda um pouco mais modernas, afinal estamos na Itália, eu poderia muito bem ter voltado algum tempo na linha dos séculos. Os telhados laranjas. As pedras já desgastadas com o tempo. As casas e “Palazzos” que foram erguidos antes de eu você, sua mãe, minha bisa terem sequer cogitado nascer. Ali, ainda de pé, de certa forma intocados.

Aliado a esse sentimento de regresso temporal, eu ainda tinha um pensamento que me era recorrente: Da Vinci já pisou aqui. Michelangelo já olhou essa mesma vista. Botticelli era daqui. Dante Alighieri era apaixonado por esse lugar. E agora eu também sou.

Talvez seja porquê eu seja um amante de história, talvez seja porquê foi meu primeiro contato com a Europa. Mas eu nunca mais queria sair dali. Fato que depois fui conhecer Londres e esse sentimento também me acometeu por lá. Acho que eu sou fácil na verdade.

Enfim, lá no século XV Lorenzo de Medici, um dos muitos Medici’s que governaram a cidade, ganhou o apelido de “O Magnífico”. 

Eu, singelo turista do século XXI penso que a cidade merece ser chamada de “A Magnífica”.

Vai ficar pra sempre no meu coração. Um dia eu volto!

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Post feito ao som do álbum “Shatter Me” da Lindsey Stirling, que me faz querer digitar de acordo com a rapidez que ela toca violino.

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Mind the gap

Eu tinha a sensação de que eu sempre conheci Londres. Ao menos de certa forma.

Desde que eu era pequeno lia romances policiais do Arthur Conan Doyle e da Agatha Christie.

Por diversas vezes eu acompanhei o Sherlock Holmes descendo a Regent’s Street na carruagem. Indo até as docas descobrir pistas importantes.

Mas, apesar dessa idéia dos primórdios dos anos 1900 que eu tinha da cidade, eu nunca imaginei como seria ver ela pela primeira vez.

Sendo brasileiro e designer gráfico, eu imaginava a Europa como um polo multicultural e histórico. Cercada por uma grande quantidade de arte, em todos os cantos. Mas para mim, Londres não fazia parte disso. Talvez por ser na ilha. Talvez por ser uma “cidade grande” eu cortava ela dessa habilidade.

Eu a imaginava como um lugar que cresceu desenfreadamente. Imaginava como uma outra São Paulo. Com tráfego de carros, pessoas para todos os cantos e caos. Muito caos.

Mas, surpreendentemente agradável para mim, ela não é nem perto disso.

Foi a cidade da Europa que eu mais gostei. A cidade que apesar de longe é aquela que fica guardada aqui no meu peito.

Sempre que eu cogito sair do Brasil, apesar de adorar o Canadá à distância, e o seu processo de imigração – já que eu não tenho mais possibilidade de ser descendente, hoje é o lugar que me vem à cabeça.

Quem sabe daqui uns 5 anos eu não esteja ali passeando pela Westminster Bridge admirando o Big Ben. Vendo o Sol se por da London Eye. Assistindo a alguns espetáculos na Picadilly Circus. Vendo o fluxo constante do Tâmisa da Millennium Bridge, com a St. Paul’s Cathedral lá longe. Demorando o tempo que eu quiser na National Gallery. Alimentando os esquilos do St James’s Park. Fazendo um pique-nique no Hyde Park. Entrando em cada pub.

E isso tudo com três palavras constantemente ecoando na cabeça: Mind the Gap. Mind the gap. Mind…the…gap…

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Post feito ao som do álbum “Hours” do Funeral for a friend, que sempre me dá certa nostalgia.

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